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sábado, 19 de outubro de 2013

Bom conselho de graça



        Compreender a sociedade é somar o comportamento de cada indivíduo. E por fazermos parte desse todo social, que é necessário primeiro entender o singular para chegar à causa de suas transformações. Uma sociedade em que desejos impossíveis são sustentados por um sistema que inventa o necessário para o sujeito de direito ser reconhecido, é grande produtora de seres humanos frustados. A inversão de valores sociais mostram o reconhecimento que a sociedade tem pelos medalhões; os hipócritas. Para ser um, é preciso abster-se das idéias, reproduzir as opiniões e valores dos grandes sábios e ser bem querido. Outros são os discursos prontos, que é necessário repeti-los em discussões corriqueiras da vida. Todos esses exemplos são comportamentos possíveis para o ignorante poder ter vez em uma sociedade em que se valoriza os que não pensam.

      Como se justifica a mesma opinião de todos de um mesmo grupo? Ou melhor, o mesmos discursos, gostos, gestos, enfim... Se não poder enfeitar muito o que se escreve ou fala, o medalhão copia e re-emprega figuras já utilizadas. O que se difere da realidade atual é o acesso. A comunicação entre o comportamento do medalhão e as “figuras prontas”, também sofrem essa modificação na sociedade, e mudam para pior. A ligação dessas informações com o indivíduo é a mais discrepante diferença entre a época do conto com a sociedade atual. O meio que se utilizava era predominantemente a leitura e alcançava pouca camada da sociedade. Diverge da atualidade de comunicação em massa (auditiva e visual), que incessante e por todos os lados, influencia imperceptivelmente a futilidade, superfluidade e ignorância. No mundo faltam filósofos, matemáticos,  cientistas e astrônomos. E sobram artistas, cantores, políticos e bigbrotheres. E não são os primeiros que a sociedade valoriza. Por isso, o medalhão se previne a qualquer custo.

       Qual poderia ser a conseqüência de uma avalanche de informações formadas por interesses capitalistas do século XXI, senão a miséria intelectual do povo? A publicidade é uma das característica do medalhão para beneficiar com o reconhecimento,  o exemplo é: crie algo aparentemente útil e espalhe a notícia. O que importa é o que parece ser, a sociedade não exige muito. E não é tão difícil na sociedade atual pelo menos no tocante a publicidade. É nesse contexto que limita-se o intelecto, influencia o pensamento e molda a cultura, pelas intensas informações já com juízo de valor postas e repetidas. Enquanto no passado para alcançar o público como um todo se dava por algum tempo, hoje é instantâneo. Assim faz os meios de comunicações: impede que a sociedade tenha convicções próprias. E não para por ai, a vítima desta realidade é usada como objeto para alavancar (não só economicamente) o poder da minoria dominante que influencia e controla.

           Quanto a profissão qualquer uma que reconheça, mas não o faça produzir idéias, pois elas são para os sábios; fica mais fácil repeti-las. O medalhão é uma figura considerada, respeitada e querida pelas pessoas a ponto de ter até lembranças póstumas. Portanto, o mesmo conselho sobre e esse oficio poderia ser dado nos dias atuais por um pai mas com muitas ressalvas. Uma delas é a filtração dessas influências formadas por opiniões parciais, convicções errôneas oriundas de uma filosofia individualista. Para um pai no sec. XVIII a simples repetição basta. Em uma sociedade que propaga informações poluidas, a repetição é sinônimo de ser mais uma vítima. O homem não pode ser sábio se for inconsciente da sua ignorância e das pessoas. Mas pode parecer ser, assim faz o medalhão completo.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Dissimulada morte


Passa tão despercebida na vida humana
Que as vezes não se acredita em sua existência,
Se junta a todos os desejos e perigos,
Se disfarça em todas alegrias e vantagens,
Obriga aos seus detentos inconscientes
Acreditarem que ela está ao seu favor

A morte as vezes fala com o homem,
Iguala-o com todos os outros
Para que não haja diferença,
Para que todos venham subordinar-se
E olha-la de uma forma mais respeitosa

A ganância a todo momento mostra-se rival
A morte só acrescenta a superfluidade dos atos
Mas nós como meros humanos vaidosos
Deixamos de ouvir a única não pára.

As vezes decrescentemente ou imperceptível
Outras de forma bruta e lépida
Mas sempre com exatidão.

O homem não respeita a morte
A morte não dar escolha pro homem
Pois mesmo que o mate
Não é capaz pará-lo.